sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A experiência

Houve um tempo em que havia esperança,
Em que família era sinónimo de aliança,
Em que a dor era apague pela carícia,
Em que a bondade vencia a malícia!

Não sei o que aconteceu com essa realidade,
Ou seria tudo fruto da minha ingenuidade?
Acreditava em conceitos vazios,
Que nem estavam perto da verdade...

Que azáfama constante corre por estes caminhos,
Quanta desilusão deslizando para o infinito!
Quantos mais desgostos são precisos
Para perceber que a solidão não é opção?

Mas prefiro viver fiel aos meus valores,
E ser acusada de ingratidão,
Ser alvo de descabidos sermões e rumores,
Mesmo que vivendo numa prisão.



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Somos como Cigarros

Somos como cigarros .
Uma vez acessos, não há retorno
A vida é como o vento que passa pelo cigarro, as vezes levemente, outras vezes intensamente.
Consome todos os componentes, sem se importar e é inevitável o fim.
Por vezes apagámo-nos  e todo o encanto deixa de existir. Toda a névoa envolvente desvanece tornando a realidade nítida. Nesses momentos parecemos perdidos, os conflitos interiores e a paz são forças opositoras que habitam em nós, mas depois... Depois aparece um isqueiro à nossa frente para nos acender de novo, para nos consumir.
O papel que envolve o nosso conteúdo envelhece e é queimado.
E quando pensamos " porra, que rápido" surge um outro factor: os lábios. Os lábios de uma corrompida sociedade que acaba com a nossa essência.
Acaba-se a nicotina, o alcatrão e o monóxido de carbono. E o que resta? O que resta quando já não temos mais nada para oferecer?
Deixamos a sensação ténue de leviandade misturada com vicio e cheiro a dor.
Resta apenas saber como lidar, porque no fundo somos todos cigarros e a acabamos como os demais do maço: sem conteúdo, no chão, pisados pela pressão da sociedade.

Somos todos cigarros. Uns apagam-se pelo meio, outros dão tudo o que têm mas todos temos o mesmo fim  e todos significamos a impureza da humanidade.