terça-feira, 11 de março de 2014

Apatia

Nem sol de madrugada,
Nem  calor, nem brisa, nem nada,
Me tira toda esta inquietação,
Apatia ,  arrogância, má disposição.

O estado de espírito é sombrio,
Arrepiante, cortante e frio
A alegria dos outros enoja-me,
O riso não me contagia.

A inveja corroí-me intensamente,
Ideias não saem da minha mente
Percebo que estou perto do abismo,
Mas continuo num estado de cinismo .

Que força é esta que me aprisiona
Em prisão mental que impressiona?
Esta falta de importância

Que não tem explicação…

terça-feira, 9 de julho de 2013

Tumulto

Não interessa o correto ou errado 
Muito menos pensar no passado 
As acções irreflectidas
Reflectem-se sempre nas nossas vidas.

As saudades.. 
Terríveis torturas, leviandades 
Deixam mossa, as memórias
De tempos perdidos, coisas ilusórias.

E essa dor que surge 
Quando recordas algo que desapareceu
Toda a calma e paz do esquecimento urge
Para qualquer lugar que não o seu...

Mas a vida continua o seu ciclo
Sem se importar com futilidades
Tristezas . alegrias ou vaidades
Apenas corre e com ela tudo leva. 


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Tudo é abismo

As palavras perderam valor...
Já não se ouve falar em amor!
E tudo o que pensas ser eterno num dia
No outro torna-se em ténue nostalgia

Os valores perderam-se por entre as multidões,
O consumismo ganhou expressão,
Nada fica da filosofia de Camões...
E as pessoas perderam a determinação.

Para onde caminha tamanha sociedade?
Que tanto procuram os da minha idade,
Se o que vale mesmo a pena não se compra?

As relações outrora duradouras,
São hoje efémeros momentos...
As desilusões são uma constante,
E nada é certo, tudo é abismo .




segunda-feira, 22 de abril de 2013

E no final fica só um vazio

Todo o calor e novidade ,
Que se mistura com fantasia e vaidade
Esmorece e dispersa -se no ar,
Transforma-se em momentos a recordar.

E toda a loucura e êxtase do momento ,
Que por vezes se confundem com coragem e alento,
Deixam uma amena passagem....
Para mais tarde não passar de uma miragem...

E por breves instantes ,
Numa manhã tão normal como tantas outras,
Mergulhas na consciência incessante
E no final fica só um vazio...

É então que te apercebes:
Não vale a pena nadar contra a corrente !
O tempo suga a vida de toda a gente...
E nada te resta, apenas as memórias...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A experiência

Houve um tempo em que havia esperança,
Em que família era sinónimo de aliança,
Em que a dor era apague pela carícia,
Em que a bondade vencia a malícia!

Não sei o que aconteceu com essa realidade,
Ou seria tudo fruto da minha ingenuidade?
Acreditava em conceitos vazios,
Que nem estavam perto da verdade...

Que azáfama constante corre por estes caminhos,
Quanta desilusão deslizando para o infinito!
Quantos mais desgostos são precisos
Para perceber que a solidão não é opção?

Mas prefiro viver fiel aos meus valores,
E ser acusada de ingratidão,
Ser alvo de descabidos sermões e rumores,
Mesmo que vivendo numa prisão.



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Somos como Cigarros

Somos como cigarros .
Uma vez acessos, não há retorno
A vida é como o vento que passa pelo cigarro, as vezes levemente, outras vezes intensamente.
Consome todos os componentes, sem se importar e é inevitável o fim.
Por vezes apagámo-nos  e todo o encanto deixa de existir. Toda a névoa envolvente desvanece tornando a realidade nítida. Nesses momentos parecemos perdidos, os conflitos interiores e a paz são forças opositoras que habitam em nós, mas depois... Depois aparece um isqueiro à nossa frente para nos acender de novo, para nos consumir.
O papel que envolve o nosso conteúdo envelhece e é queimado.
E quando pensamos " porra, que rápido" surge um outro factor: os lábios. Os lábios de uma corrompida sociedade que acaba com a nossa essência.
Acaba-se a nicotina, o alcatrão e o monóxido de carbono. E o que resta? O que resta quando já não temos mais nada para oferecer?
Deixamos a sensação ténue de leviandade misturada com vicio e cheiro a dor.
Resta apenas saber como lidar, porque no fundo somos todos cigarros e a acabamos como os demais do maço: sem conteúdo, no chão, pisados pela pressão da sociedade.

Somos todos cigarros. Uns apagam-se pelo meio, outros dão tudo o que têm mas todos temos o mesmo fim  e todos significamos a impureza da humanidade.