quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Ano novo, vida nova

Os copos tilintam.
Ouvem-se risos , foguetes e barulho de fundo. O novo ano chegou.
As pessoas ficam na esperança que um novo ano lhes traga uma vida nova … festejam a data com os melhores vestidos de lantejoulas, sapato alto preto com classe e o cabelo, outrora desleixado, ganha agora um novo propósito por entre secadores e ganchos. 
As olheiras são tapadas com uma mascara de base e os olhos transformam-se em selvagens meios de persuasão. 
Os lábios, esses belos e perigosos adereços da mulher mudam para uma cor sedutora prestes a agarrar a presa.
É hora de colocar o melhor perfume, aquele que compraram no natal e que ainda se encontrava embrulhado.
Ajeitam a roupa interior acabada de estrear com a expectativa de ter uma noite capaz de fazer o novo ano parecer radioso, e muitas desiludem-se quando a noite que achavam ser uma oportunidade se torna não mais do que uma vulgares horas passadas a dançar ao som de músicas que mais parecem de Carnaval, num sítio qualquer.
No dia seguinte, provavelmente com ressaca, levantam-se e olham para o lado, confirmando  que não passou mais uma noite de solidão e caem na realidade de que por passar do dia 31 de Dezembro para o dia 1 de Janeiro, não quer dizer que a sua vida se renove como que por magia.
A vida continua a mesma, sendo ela boa ou má, e voltam às suas rotinas, emaranhando os seus pensamentos em poços já formatados para determinadas tarefas.


A sociedade é assim, as pessoas passam os dias sem se preocuparem muito, sem reflectirem sobre o seu propósito de vida, até que se apercebem que mais um ano passou e nada do que tinham planeado há muito tempo foi realizado…